terça-feira, 21 de março de 2017

ENTREVISTA COM A CINEASTA JANAINA REIS

A primeira entrevistada da nossa coluna será a diretora e atriz Janaina Reis, que já produziu diversos filmes conosco e lança agora esse mês o documentário Doc. Solidão, um filme sensível, feito na raça, que reflete a solidão de quatro personagens da grande cidade.

Janaina nos contou um pouco de sua trajetória na arte independente, sua luta para sobreviver como mãe solteira da periferia, o início de seu interesse por cinema, os filmes que participou, o processo das obras, os planos que prefere filmar, os temas que gosta de abordar e o corre que é nadar contra a maré num cinema que não tem o mínimo apoio na nossa cidade.

A primeira edição do Zine Gueto - Metragem sai agora, dia 25 de março, não percam. Confere aí uma palhinha da entrevista:

"JANAINA: Acho que faz parte até de como a cidade que vivemos (Guarulhos, grande SP) pensa a cultura, a gente faz porque tem paixão, é isso que move os coletivos, muito mais do que as condições objetivas. Política pública é zero, espaço é zero, então lançamos mão dos nossos meios, amigos, a galera que tá junto, lutando contra todos os empecilhos, ainda assim produzimos filmes bons. Vamos tentando disputar espaços, mas até aí sofremos com a ausência de um suporte na distribuição desses filmes. Qual a oferta de cinema que o público da cidade tem? O Cinemark, Shoppings, Sala 4D, cadê um cinema público que passe filmes de outros produtores? Male male se consegue um movimento como o projeto Cineclube Incinerante, feito por coletivo, ou nós mesmos que exibimos em saraus, espaços e eventos, vai cavando as possibilidades de distribuição. Então a gente, desde o começo, pré- produção do filme, a produção, a distribuição, a gente tá o tempo inteiro com tudo contra. Tudo se faz pelo desejo de comunicar nossa ideia, falar de problemas que são nossos enquanto seres humanos, da nossa quebrada, do meu íntimo, do nosso país, são conteúdos firmes, não é uma coisa vazia."




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